quarta-feira, 27 de maio de 2015

O compartilhamento de noticias em Redes Sociais: Até onde é confiavel?


Mais uma vez venho abordar a ideia do jornalismo digital na era contemporânea, que tem ganhado espaço no mundo atual com grande força. Tendo em vista que qualquer pessoa pode fazer o papel do jornalista na sociedade, emitindo opiniões e informações devemos nos atentar a isso. A prática do jornalismo na sociedade contemporânea é um assunto bastante comentado pelos comunicadores, afinal estamos falando de uma sociedade altamente conectada e com capacidade de interagir com os veículos de comunicação através de seus smartphones.  Diversos teóricos adiantaram algumas características presentes na nossa organização social. Podemos destacar o sociólogo Manuel Castells e o filosofo francês Pierre Lévy, autor do livro Cyberculture.
     No Brasil, um professor que tem seguido bem as ideias de Lévy é o André Lemos, que caracterizou a cibercultura em três leis “fundadoras”:

· A liberação do polo de emissão
· O principio da conexão em rede
· E a reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sociais
     
          Esses conceitos abordam basicamente a possibilidade que o indivíduo tem para criar, recriar e transmitir a informação. Nas palavras do autor:
“A nova dinâmica técnico-social instaura assim, não uma novidade, mas uma radicalidade, uma estrutura midiática impar na historia da humanidade, onde pela primeira vez, qualquer individuo pode criar, sob diversos formatos e modulações, para qualquer lugar do planeta.”
O programa Observatório da imprensa, discutiu um pouco sobre as Redes Sociais na vida das pessoas, vejam o vídeo abaixo!


     Tendo em vista que qualquer pessoa pode se passar por jornalista na web, emitindo informações, como poderíamos diferenciar os jornalistas com J maiúsculo na sociedade? Segundo um artigo especializado em meios de comunicação, Daniel Verdú fala sobre uma reciclagem na maneira de que devemos falar com o leitor e de mantê-lo na noticia, pois esta sendo muito mais comum o leitor querer compartilhar a noticia do que consumi-la.  Sendo assim diferenciando o tratamento com os leitores e cada vez mais trabalhando com a verdade para mantê-los na noticia. Para o leitor que gosta de ser tratado com exclusividade e com a veracidade dos fatos, acredito que o principal seria desenvolver um senso critico da sua parte em relação as informações que se consome, não aceitando receber qualquer uma, ler diferentes pontos de vista, tendo de acrescentar uma quantidade maior e mais exemplificada de informações.
Existem dois tipos de jornalistas, aquele que pesquisa e publica o que a sociedade precisa saber e aquele que publica aquilo que a sociedade quer saber. O primeiro tipo é mais detalhado, baseado em estudos e fontes seguras, o que nem sempre faz o tipo do leitor, já que hoje eles têm preferido um modo mais pratico e rápido de leitura que já se enquadra melhor nesse segundo tipo, que visa as partes mais importantes da noticia e publica sem muitos detalhes e engajamento nas fontes, não necessariamente sendo uma noticia segura.
O Jornalismo contemporâneo tende se atentar a tudo isso, buscar sim o modo mais pratico de se transmitir a noticia, mas não perder a pratica de trabalhar com a importância dos fatos, assim como também os leitores devem desenvolver um lado mais especulativo buscando sempre o veiculo mais confiável.
Falsas publicações são compartilhadas o tempo todo, existe uma necessidade de se desenvolver melhor o senso critico de cada leitor para poder analisar melhor a noticia antes de compartilha-la, o que infelizmente vem acontecendo a todo o momento, são exatamente esse hábito de compartilhar tudo que vê como noticia, sem ter a certeza de que é mesmo um fato verídico. Os jornais devem trabalhar para controlar a verdade, usar de sua influencia para manter os leitores seguros e a integridade da sociedade, falo não só dos jornais tradicionais, mas principalmente os da parte web, que infelizmente mesmo sendo bastante acessado, tem grande desaprovação.
Com o barateamento dos aparatos tecnológicos, cada vez mais teremos “vozes” que vão se expressar na internet, sejam eles criando um canal do Youtube, um blog no WordPress, transmitindo um e vodeo ao vivo pelo Twitch.tv ou ate mesmo em manifestações postado em redes sociais.
Após 20 anos de jornalismo  online, me vejo na obrigação de fazer a pergunta de porque ele ainda é pouco confiável? Segundo a PesquisaBrasileira de Mídia 2015, 48% dos brasileiros usam a internet e ficam conectadas cinco horas por dia (tempo superior ao gasto com a televisão). Entre esses 92% estão conectados a redes sociais, sendo Facebook (83%), Whatsapp (58%) e Youtube (17%). Outro dado relevante é que 67% estão em busca de noticias, querem não só saber mas tambémcompartilhare comentar ao produzir as informações.
Seria um senário bastante propicio ao jornalismo como noticia se não fosse a conclusão de que nessas mídias reina a desconfiança. Respectivamente 71%,69% e 67%, os leitores (internautas) disseram confiar pouco ou quase nada nas redes sociais. Tendo mais da metade em população buscando noticia, e mais da metade encontrando mas não confiando nela. 
Segundo um resultado emitido pela BBC no relatório The Future of News ( O futuro das Noticias) hoje é mais fácil obter dados e informações, assim como se expressar também ficou mais imediato. A busca pela informação existe, mas não se sabe ate que ponto é real e sólida essa confiança com o veiculo de comunicação. As pessoas se sentem confusas, diante de tanta informação e mesmo que elas estejam em grandes acessos as pessoas ainda se sentem desinformadas. Em outras palavras posso dizer que o jornalismo digital não esta conseguindo fazer o seu papel no meio digital.
     Os dados representados acima refletem muito bem a realidade do jornalismo digital, afinal quem não se lembra dos maiores erros cometidos por eles? Vou fazer uma breve recapitulação, como a noticia antecipada sobre a possível morte de Steve Jobs e do senador Romeu TumaSem contar nas noticias que se espalharam sobre a falsa doença do ator Jack Nicholon, que possivelmente estaria com Alzheimer,pode se dizer que estes são uns dos exemplos clássicos de porque o leitor desconfia tanto da noticia adquirida em forma digital.

Reinventando-se!


Snapchat é um aplicativo criado por Evan Spiegel , Bobby Murphy , e Reggie Brown, e em seguida, da Universidade de Stanford estudantes. Usando o aplicativo, os usuários podem tirar fotos, gravar vídeos, adicionar textos e desenhos, e enviá-los a uma lista controlada de destinatários. Estas fotografias e vídeos enviados são conhecidos como "Snaps". Usuários podem definir um limite de tempo para longos como os destinatários podem exibir suas Snaps (em março de 2015, o intervalo é de 1 a 10 segundos), após o que será escondido de dispositivo do destinatário é excluído dos servidores do snapchat.
Mesmo sendo mal visto pelos pais, o aplicativo faz sucesso entre os jovens e estima-se que a troca de fotos chega se a 700 milhões por dia ou cerca de dez vezes o volume do instagran. Para seus usuários o que vale é o imediatismo do que esta acontecendo, o que se vê é o que acontece em tempo real. O Snapchat é um aplicativo extremamente desenvolvido por multimídias (vídeos, fotos) e acima de tudo é informal. Eles apresentam snapchat como a solução para tensões causadas pela longevidade de informações pessoais na mídia social.



     Depois de um tempo em testes, o snap desenvolveu o Descover, uma parte que mistura a portal web com revistas digitais, disponibilizando uma serie de “canais” para folhear caso haja interesse. Essas noticias são disponibilizadas através de uma parceria com os meios de comunicação como a MTV, CNN e National Geographic.
     Por enquanto o aplicativo esta em experimentos para novos campos, a intenção de usa-lo para melhor compartilhar noticias não esta sendo descartada, já que o momento é de agilidade e poupar tempo com noticias simplificadas. Em alguns aspectos o Snapchat pode substituir o Youtube.

Acesse:
Redes Sociais e individualismo
Reflexões sobre o jornalismo na sociedade contemporânea
Porque o jornalismo online ainda é pouco confiável?
Reinventando a noticia 

  

terça-feira, 12 de maio de 2015

The Upshot e a tendência do jornalismo explicativo

     Em 2008 um americano chamado Nate Silver, desenvolveu em seu site FiveThirtyEight (538) um tipo de análise explicativa, seu foco eram notícias sobre a política, economia e esportes. O blog chamou a atenção pelas análises feitas das eleições presidenciais norte americana realizada naquele ano. Silver foi um dos pioneiros no desenvolvimento dessa tendência que teve como novo proprietário do veículo em 2013 a ESPN.
      Nesse momento a tendência tem sido o Upshot, desenvolvido pelo jornal The New York Times, o projeto tem como principal objetivo ajudar pessoas a entenderem temas complexos a partir da análises de notícias e visualizações de dados. Explicar as reportagens do jornal, com mais detalhes para quem não teve o entendimento de uma notícia mais incompreensível, com mais detalhes e de uma forma mais explicativa, o site baseia-se em suas fontes e em dados necessários para a montagem da notícia. O editor David Leonhardt pela sua página do Facebook fez algumas postagens explicando o fundamento do site.
     A parte política, é um assunto que sempre existira interessados no mundo, porem muitas vezes em notícias vagas de algum veículo (embora The New York Times busque sempre expor a matéria da melhor forma, segundo seu editor), nem sempre é do entendimento de todos os fatos ocorridos e publicados. Sendo assim necessário basear se em gráficos, estatísticas e fontes para poder provar qualquer porcentagem ou fato ocorrido, o que nem sempre fica bem desenvolvido em uma matéria, mas que no site já existe uma forma mais simplificada e completa para se entender.
     O chamado jornalismo explicativo (no inglês, explanatory journalism) tem como desenvolvimento somente dos Estados Unidos, esse novo método ainda não tem força no Brasil, mas podemos esperar que em breve essa nova técnica seja incluída em nosso jornalismo, já que aparentemente é uma ótima ferramenta para os leitores que querem ter maior conhecimento dos fatos e de seus desenvolvimento.
     A intenção desses novos sites é manter um jornal explicativo, são vários modelos mas todos tem o mesmo fundamento, para que cada vez mais as pessoas possam estar por dentro do que acontece no mundo, sem que haja alguma dúvida sobre algum assunto especifico.
     Além dos citados acima, posso compartilhar com vocês alguns outros modelos, como o Datablog, site de um jornal tradicional britânico – The Gardian, que começou a se desenvolver em 2010 baseando se também segundo seu editor em dados acessíveis e de fácil entendimento do público. Ao decorrer dos anos, o jornal também tradicional Washington Post, por exemplo, lançou o Wonkblog, que tem como foco a parte dos gráficos nas explicações de temas jornalísticos. 
     Acredito que esse tipo de blog, site ou como quiser chama-lo é de grande importância não só para leitores comuns, mas também para nós estudantes de jornalismo ter uma noção de como pode ser feito um jornalismo explicativo, já que no Brasil muitas vezes a notícia não se baseia em reais acontecimentos ou em mínimos detalhes, o leitor precisa de detalhes importantes da notícia para além de participar da informação com mais confiança, poder se prender a matéria e não precisar procurar outras fontes. O que traria benéfico não só ao leitores mas também aos meios de comunicação que hoje em dia procuram cada vez mais jornalistas que agreguem profissionalismo em suas matérias.